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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Na renovação, Sandero atende à maioria


Aluno aplicado, o Sandero. Chegou à linha 2012 com visual sensivelmente melhorado, mais bem acabado e equipado, e ainda por cima custando menos. Só faltou refinar um pouco o conjunto mecânico, mas na sua categoria ninguém tira nota alta em todas as matérias mesmo (Matemática, Física e Química, muitas vezes, ficam de lado). Créditos para a Renault, que nos últimos tempos parece ter acertado quais os anseios do consumidor – entendimento refletido nos 14,5% de crescimento no primeiro quadrimestre de 2011, frente aos 3,7% do mercado.


Transformações

O Renault que mais emplaca no mercado brasileiro atualmente tem no visual externo o maior argumento para atrair novos compradores. Grade e para-choque foram drasticamente redesenhados, alinhando-se ao visual de Mégane e Clio vendidos na Europa. Há agora um toque mais evidente de esportividade e modernidade. Na traseira, o hatch passa a imitar modelos de categoria superior da marca, com o nome cravado logo abaixo do símbolo da Renault. A lanterna tem o mesmo formato, mas com novos elementos internos.


Internamente, o esforço para agradar existe, mas em menor intensidade. Há novos (e mais agradáveis) revestimentos. Os principais destaques são o tecido nas portas das versões mais luxuosas e o material acetinado que adorna o rádio e também está presente nos puxadores das portas da versão Stepway. Falando em som, o pobre aparelho do antigo Sandero foi trocado por um com mais recursos e de melhor qualidade sonora – e que é um dos opcionais do carro.

Além de menos presente, a tentativa de agradar às vezes é mal-sucedida. Reclamavam dos acionadores dos vidros elétricos, posicionados abaixo do rádio. Pois bem: a Renault os transferiu para as portas, mas agora o problema é que os joelhos batem neles. Ou seja, elimina-se um problema, cria-se outro. E o cromado presente na alavanca de câmbio e que também contorna os comandos do ar-condicionado (além de velocímetro e conta-giros) é um tanto apelativo.

Dinamicamente, o Sandero continua o mesmo. O motor 1.0 16V (76/77 cv) tem desempenho adequado, e surpreendeu mesmo em baixas rotações, quando retomamos a velocidade até mesmo em quarta marcha; o 1.6 16V (107/112 cv), exclusivo da versão Stepway, desloca o hatch com folga. E a suspensão tem ajuste equilibrado entre conforto e estabilidade, sem se destacar em um ou outro ponto. A posição de guiar, sempre correta, manteve-se inalterada – nesse quesito, vale sempre lembrar o pedal da embreagem afastado do do freio, raridade em carros da classe. Fica apenas o desejo por um câmbio mais firme e de engates mais precisos, e uma frente menos “boba” no caso do Sandero Stepway. Quanto a um possível descanso para o pé esquerdo, a Renault admite a futura existência, mas não diz quando a versão automática chegará.

No final das contas, o Sandero foi esperto: mirou nos olhos e, principalmente, no bolso do seu público-alvo, que na maioria das vezes prioriza justamente economia e design – nesta ordem.

200.000

Uma das pretensões da marca francesa em 2011 é incrementar suas vendas em 20%, chegando a 200.000 unidades até o final do ano. Embora ainda não tire nota azul em Química (o Sandero continua um carro sem graça de guiar; o que não significa ruim, que fique claro), o aplicado aluno evoluiu muito em Matemática e Educação Artística, fato que deve garantir à Renault os desejados 5,5% de participação no mercado.
Fonte: iGCarros

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